sexta-feira, junho 18, 2004

Sexta feira poética...

Te vi juntabas margaritas del mantel
ya sé que te traté bastante mal,
no sé si eras un ángel o un rubí
o simplemente te vi,

te vi, saliste entre la gente a saludar
los astros se rieron otra vez,
la llave de Mandala se quebró
o simplemente te vi

todo lo que diga está de más
las luces siempre encienden en el alma
y cuando me pierdo en la ciudad
vos ya sabes comprender
es solo un rato no más
tendría que llorar o salir a matar
te vi, te vi, te vi
yo no buscaba a nadie y te vi

te vi, fumabas unos chinos en Madrid
hay cosas que te ayudan a vivir
no hacías otra cosa que escribir
y yo simplemente te vi

me fui, me voy de vez en cuando a algún lugar
ya sé, no te hace gracia este país
tenías un vestido y un amor
y yo simplemente te vi...


FITO PAEZ, UN VESTIDO Y UN AMOR



quinta-feira, junho 17, 2004

Sal e luz...

Esta passagem dá que pensar. Que tenho feito eu para ser este Sal?
Se é verdade que não é pelas obras que me salvo, não é porém menos verdade que elas são e dão sinal de salvação.
A Palavra realiza-se na vida. Vivida. e dá testemunho por si.
Que tenho feito eu?...

do Evangelho segundo S. Mateus 5,13-16.

«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.»

E ontem...

Ontem estive na cabana do Pai Tomás. Jolas e Bola, roquefort e tremoço. Golo. Há tardes assim...
A noite também foi amena, à beira rio. A mim calhou-me um delírium. A moça que dançava no telhado ameaçava cair. Por sorte, bombeiros de várias nacionalidades aguardavam expectantes pela queda da vítima.

Tudo normal no país real.

quarta-feira, junho 09, 2004

Um caminho...

Foi neste caminho que me encontrei com Ele. Palavra, Liturgia, Comunidade... Prognósticos, prognósticos só no fim do caminho.

Caminho

O Poço de Jacob...

Esta é para mim uma das imagens mais fortes do Evangelho. Talvez porque no diálogo de Jesus com a mulher (samaritana) encontro respostas de esperança e fonte de alimento para as solicitações do mundo. As relações entre os homens e as mulheres são também marcadas pela sede. Procuramos quem nos dê de beber, encontramo-nos em poços ao longo da nossa caminhada. Ele deu-nos Água viva.

Poço

segunda-feira, junho 07, 2004

O meu amigo Tom...

Há amizades antigas que perduram outras que se desvanecem. O tempo e as circunstâncias as fazem e desfazem. O meu amigo Tom é daquelas amizades que se têm tempo curto saboreiam-se como as longas. Deve ser da paciência com que me ouve e da voz calma com que me dá a sua presença.E ainda há os que se sorriem quando eu digo que "Deus dá". Dá e não é pouco. A mim deu-me o meu amigo Tom. Como vai de viagem, sente-se saudades antigas. fica a promessa de nos revermos em tempo útil. Aqui fica lançado o assunto (entre outros ou os mesmos)da próxima conversa de café (água-limonada)...

Foi necessário ter perdido tudo
Para chegar à perfeição enorme
De não poder perder a confiança.
Já com riquezas vãs me não iludo.
Sei por fim que sou rico simplesmente
Das coisas que deixaram de ser minhas.

Sebastião da Gama, Itinerário Paralelo




Oferta para uma beleza matinal...

Quando, entre uma meia de leite e um queque de maçã a beleza matinal me atinge e me deixa esquecido das quimeras dores, só me dá para dar graças pela tua presença. Bom dia.


“Quando me disseste,
eu fico,
conjuguei todos os pronomes
do indicativo.

Quando me disseste,
eu parto,
fiquei deveras sozinho.


Ruy Cinatti, Memória Descritiva

sábado, junho 05, 2004

A Nova Evangelização...

Aos (meus amigos e amigas) que não crêem, aos que crêem, aos que buscam, e aos que desesperam na busca e aos que caminham certos que encontraram o caminho, aqui fica uma oração minha em forma de imagem...

Nova Evangelização

quinta-feira, junho 03, 2004

Homens...

Gosto deste... e é tudo.


Homens que são como lugares mal situados
Homens que são como casas saqueadas
Que são como sítios fora dos mapas
Como pedras fora do chão
Como crianças órfãs
Homens sem fuso horário
Homens agitados sem bússola onde repousem

Homens que são como fronteiras invadidas
Que são como caminhos barricados
Homens que querem passar pelos atalhos sufocados
Homens sulfatados por todos os destinos
Desempregados das suas vidas

Homens que são como a negação das estratégias
Que são como os esconderijos dos contrabandistas
Homens encarcerados abrindo-se como facas

Homens que são como danos irreparáveis
Homens que são sobreviventes vivos
Homens que são como sítios desviados
Do lugar

(...)

Não levantemos os homens que se sentam à saída
Porque se movem em seus carreiros interiores
Equilibram com dificuldade uma ideia
Qualquer coisa muito nítida, semelhante
A uma folha vazia
E põem ninhos nas árvores para se libertarem
Da gaiola terrível, invisível muitas vezes
De tão dura
Não nos aproximemos dos homens que põem as mãos nas grades
Que encostam a cabeça aos ferros
Sem outras mãos onde agarrar as mãos
Sem outra cabeça onde encostar o coração
Não lhes toquemos senão com os materiais secretos
Do amor.
Não lhes peçamos para entrar
Porque a sua força é para fora e a sua espera
É a fé inabalável no mistério que inclina
Os homens para dentro
Não os levantemos
Nem nos sentemos ao lado deles. Sentemo-nos
No lado oposto, onde eles podem vir para erguer-nos
A qualquer instante


Daniel Faria, homens que são como lugares mal situados



O AMOR DE DEUS E DOS HOMENS

Este é o diálogo entre Jesus e um escriba relatado no evangelho de S.Marcos. Inevitávelmente coloco-me na pele do escriba. Hoje, tal como ontem, este "mandamento" faz mossa nas priordades que coloco na minha vida. parece-me que cada vez mais importante entender o sentido profundo da resposta de Jesus. "escuta Israel"...


Evangelho segundo S. Marcos 12,28-34.

Aproximou-se dele um escriba que os tinha ouvido discutir e, vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes.» O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste que Ele é o único e não existe outro além dele; e amá-lo com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios.» Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo.

quarta-feira, junho 02, 2004

TÁBUA E PREGOS

Era uma vez um rapazinho que tinha um temperamento muito explosivo.Um dia, o pai deu-lhe um saco cheio de pregos e uma tábua de madeira. Disse-lhe que martelasse um prego na tábua cada vez que perdesse a paciência com alguém.
No primeiro dia o rapaz pregou 37 pregos na tábua. Já nos dias seguintes, enquanto ia aprendendo a controlar a ira, o número de pregos martelados por dia foram diminuindo gradualmente. Ele foi descobrindo que dava menos trabalho controlar a ira do que ter que ir todos os dias pregar vários pregos na tábua... Finalmente chegou o dia em que não perdeu a paciência uma vez que fosse.
Falou com o pai sobre seu sucesso e sobre como se sentia melhor por não explodir com os outros. O pai sugeriu-lhe que retirasse todos os pregos da tábua e que lha trouxesse. O rapaz trouxe então a tábua, já sem os pregos, e entregou-a ao pai. Este disse-lhe:
- Estás de parabéns, filho! Mas repara nos buracos que os pregos deixaram na tábua. Nunca mais ela será como dantes. Quando falas enquanto estás com raiva, as tuas palavras deixam marcas como essas. Podes enfiar uma faca em alguém e depois retira-la, mas não importa quantas vezes peças desculpas, a cicatriz ainda continuará lá. Uma agressão verbal é tão violenta como uma agressão física. Amigos são jóias raras, cada vez mais raras. Eles fazem-te sorrir e encorajam-te a alcançar o sucesso. Eles emprestam-te o ombro, compartilham os teus momentos de alegria, e têm sempre o coração aberto para ti.


Uma amizade bonita enviou-me esta história. Já a conhecia. Mas, desta vez fiquei a pensar nela com mais cuidado. Um Pai, um filho, um caminho de mudança, madeira e pregos. É engraçado mas, para mim, esta história tem personagens e imagens que me atiram para outros "lugares", para outra "história".
A lição parece ser simples e vai directa à nossa consciência humana. A ofensa deixa marcas e, tal como um prego, ela pode ser retirada mas a "ferida" fica lá, funda e inevitável. E agora? o que fazer com a tábua? É aqui que na outra história surge uma esperança. Na outra história, que esta história por ser tão humana não alcança, o perdão, a reconciliação e a conversão feita numa intimidade com o Amor de Deus tornam sempre a tábua limpa. Não é simples entender. Mais dificil é de alcançar. Mas este mistério tão profundo e tão simples encontro-o na cruz. Pregos, tábuas e ofensas não foram mais forte que o Amor.
Ainda não consegui "explicar" ao meu filho o alcance da Confissão e da intimidade com Deus que ela alcança. Talvez começe com a madeira e com os pregos... Mas tentarei não o deixar sozinho com uma tábua esburacada.