terça-feira, dezembro 06, 2005

A Ti Senhor entregamos o nosso casamento.

"Sabemos e reconhecemos, Senhor Jesus,
que, no nosso amor, Tu estás presente
e que, de Ti, recebemos este imenso presente,
presente tornado nosso,
e que nós nos oferecemos.

Vimos diante de Ti, Senhor,
celebrar este amor e declará-lo, e,
pronunciando o nosso SIM para sempre,
ouviremos o Teu,
pois comprometemo-nos livremente.
Tu comprometes-Te connosco.

Acreditamos que este recíproco compromisso
é sacramento de Amor,
por nós dado,
por nós recebido,
Para que seja estabelecida a nossa aliança,
na tua aliança com a Humanidade.

Acreditamos que desposaste
a Humanidade inteira,
dando-lhe o teu corpo, para, com ela,
"fazer uma só carne"

E acreditamos que também nós ,
se formos puros, libertos do egoiosmo,
oferecendo-nos um ao outro com alegria,
carne unida em solene comunhão,
enxertaremos o Teu Amor, na carne do Mundo.

Acreditamos que Tu salvas os nossos amores
que, demasiadas vezes, vacilam e caem,
libertando-os da poeira e da lama da estrada,
e levando-os no Teu coração, até ao alto da cruz,
arranca-los à morte,
para os fazeres florir até ao Céu do Teu Pai.

E acreditamos que, também nós,
esforçando-nos por os amarmos cada dia mais,
ConTigo vitorioso das cruzes erguidas
sobre os nossos caminhos,
daremos ao nosso amor
a sua dimensão de eternidade. "

Michel Quoist in " Falai-me de Amor"

a Humanidade

quarta-feira, novembro 30, 2005

SANTO ANDRÉ

Hoje é o dia do santo meu homónimo. Como ele também eu me sinto chamado a seguir o Senhor. Também eu lhe quero perguntar - Mestre onde habitas? Também eu o quero anunciar aos meus irmãos e dizer-lhes - encontrámos o Messias!. Santo André, peço-te que ores por mim e que intercedas por todos os meus junto do Senhor Jesus. Hoje te peço que sejas o meu padroeiro e protector da minha casa.
Sobre Santo André:
Os gregos chamam a este ousado apóstolo "Protókletos", que significa: o primeiro chamado. Ele foi um dos afortunados que viram Jesus na verde planície de Jericó. Ele passava. O Baptista indicou-o com o dedo de Precursor e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André e João foram atrás d'Ele. Não se atreveram a falar-Lhe até que Jesus se virou para trás e perguntou: "Que procurais?" - Mestre, onde habitas? - "Vinde e vede". A Igreja deve muito a Santo André. Terá sido martirizado numa cruz em forma de aspa ou X, que é conhecida pelo nome de cruz de Santo André.
André foi o primeiro a reconhecer o Senhor como seu mestre... O seu olhar percebeu a vinda do Senhor e deixou os ensinamentos de João Baptista para entrar na escola de Cristo... João Baptista tinha dito: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). Eis aquele que liberta da morte; eis aquele que destrói o pecado. Eu sou enviado, não como o esposo, mas como quem o acompanha (Jo 3,29). Vim como servo e não como mestre.Levado por estas palavras, André deixa o seu antigo mestre e corre para quem ele anunciava..., levando consigo João, o evangelista. Ambos deixam a lâmpada (Jo 5,35) e caminham para o Sol... Tendo reconhecido o profeta de quem Moisés dissera: "É a ele que escutareis" (Dt 18,15), André conduz até ele o seu irmão Pedro. Mostra a Pedro o seu tesouro: "Encontrámos o Messias (Jo 1,41), aquele que desejávamos; vem agora saborear a sua presença". Ainda antes de ser apóstolo, conduz a Cristo o irmão... Foi o seu primeiro milagre.
Basílio de Selêucia (? - cerca de 468), bispo Sermão em honra de Santo André

terça-feira, novembro 29, 2005

Manual de instruções

Quando o quotidiano neste mundo quase me arrasta para um corre-corre sem sentido, nada melhor que um manual de instruções que me ensine a discernir o que é mesmo mais importante para fazer, ou melhor, para deixar que Ele faça.
Como é importante o Advento. A espera. A vigia...

Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
«Tende cuidado convosco: que os vossos corações não se tornem pesados com a devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, e que esse dia não caia sobre vós subitamente, como um laço; pois atingirá todos os que habitam a terra inteira. Velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer e aparecerdes firmes diante do Filho do Homem.»
S. Hipólito de Roma (?- cerca 235), presbítero e mártir : A tradição apostólica
“Permanecei vigilantes e rezai em todo o tempo”Orai antes que o teu corpo repouse na cama. E depois, cerca do meio da noite, levanta-te, lava as mãos com água e reza. Se a tua mulher estiver presente, rezai os dois em conjunto. Se ela ainda não for crente, retira-te para um outro quarto para orares, depois volta para a tua cama. Não sejas preguiçoso para a oração... É preciso rezar a esta hora porque os anciãos, de quem temos esta tradição, nos ensinaram que a esta hora toda a criação repousa um momento para louvar o Senhor. As estrelas, as árvores e as águas param um instante, e toda a corte de anjos louvam a Deus a esta hora com as almas dos justos. É por isso que os crentes devem apressar-se a rezar a esta hora.Rendendo igualmente testemunho disto, o Senhor disse: «Á meia-noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo, ide ao seu encontro!’»(Mt 25,6). E ele continua, dizendo: «Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25, 13). Ao cantar do galo pela manhã, quando te levantas, reza também.

terça-feira, novembro 22, 2005

A revolução em que acredito.

Papa Bento XVI (20ª Jornada Mundial da Juventude)

Os santos mostram-nos o caminho para se ser feliz; mostram-nos como podemos ser pessoas verdadeiramente humanas. Nas vicissitudes da história, foram eles os verdadeiros reformadores que, muitas vezes, fizeram sair a Históra dos obscuros vales nos quais ela corre sempre o risco de se voltar a afundar... É só dos santos, é só de Deus que vem a verdadeira revolução, a transformação decisiva do mundo...Ao longo do século que acaba de passar, vivemos revoluções cujo programa comum era não esperar nada de Deus, mas tomar totalmente nas suas mãos o destino do mundo. E vimos como, dessa forma, um ponto de vista humano e parcial era sempre tomado como a medida absoluta das orientações. A absolutização daquilo que não é absoluto mas relativo chama-se totalitarismo. Isso não liberta o homem, mas tira-lhe a sua dignidade e torna-o escravo. Não são as ideologias que salvam o mundo, só o consegue o virarmo-nos para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante daquilo que é verdadeiramente bom e verdadeiro. A verdadeira revolução consiste unicamente no facto de nos voltarmos sem reserva para Deus, que é a medida daquilo que é justo e que é, ao mesmo tempo, o amor eterno.O que é que poderia salvar-nos senão o amor?...Os que falam de Deus são numerosos; em nome de Deus prega-se também o ódio e exerce-se a violência. É, pois, preciso descobrir o verdadeiro rosto de Deus... «Quem O viu, viu o Pai», dizia Jesus a Filipe(Jo 14,9). Em Jesus Cristo, que, por nós, permitiu que o Seu corpo fosse traspassado, nEle se manifestou o verdadeiro rosto de Deus. Segui-Lo-emos com a multidão dos que nos precederam. Então estaremos a caminhar no caminho certo

terça-feira, novembro 15, 2005

A Oração do Cego

Esta é a oração que tenho aprendido a rezar.
É a oração do coração
A oração para estar só a sós ...
Lc 18,35-43.
Quando se aproximavam de Jericó, estava um cego sentado a pedir esmola à beira do caminho. Ouvindo a multidão que passava, perguntou o que era aquilo. Disseram-lhe que era Jesus de Nazaré que ia a passar. Então, bradou: «Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!» Os que iam à frente repreendiam-no, para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem misericórdia de mim!» Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Quando o cego se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que te faça?» Respondeu: «Senhor, que eu veja!» Jesus disse-lhe: «Vê. A tua fé te salvou.» Naquele mesmo instante, recobrou a vista e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, ao ver isto, deu louvores a Deus.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Das Ilusões do efémero à revelação da realidade.

Evangelho segundo S. Lucas 17,26-37.

Como sucedeu nos dias de Noé, assim sucederá também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, os homens casavam-se e as mulheres eram dadas em casamento, até ao dia em que Noé entrou na Arca e veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. O mesmo sucedeu nos dias de Lot: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam, construíam; mas, no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus fez cair do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os matou a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se revelar. Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver as suas coisas em casa não desça para as tirar; e, do mesmo modo, quem estiver no campo não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem procurar salvar a vida, há-de perdê-la; e quem a perder, há-de conservá-la. Digo-vos que, nessa noite, estarão dois numa cama: um será tomado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão juntas a moer: uma será tomada e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo: um será tomado e o outro será deixado.» Tomando a palavra, os discípulos disseram-lhe: «Senhor, onde sucederá isso?» Respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, lá se juntarão também os abutres.»

São Gregório de Nissa (cerca de 335-395), monge e bispo Homilia 11 sobre o Cântico dos Cânticos

«Comiam, bebiam, compravam, vendiam»O Senhor fez grandes recomendações aos seus discípulos para que o seu espírito sacudisse como se fosse pó tudo o que é terrestre na natureza e se elevasse assim ao anseio pelas realidades sobrenaturais; de acordo com uma destas recomendações, aqueles que se viram para a vida do alto devem ser mais fortes do que o sono e manter sempre o seu espírito vigilante… Falo daquele adormecimento suscitado nos quês estão mergulhados na mentira da vida por esses sonhos ilusórios que são as honras, as riquezas, o poder, a fascinação dos prazeres, a ambição, a sede do gozo, a vaidade e tudo o que a imaginação leva os homens superficiais a procurar insensatamente. Todas essas coisas se esgotam com a natureza efémera do tempo; são do domínio do parecer…; mal pareceu que existiam, logo desaparecem à maneira das ondas do mar…É para que o nosso espírito seja liberto dessas ilusões que o Verbo nos convida a sacudir dos olhos das nossas almas esse sono profundo, a fim de que não deslizemos para longe das realidades verdadeiras, ligando-nos ao que não tem consistência. É por isso que nos propõe a vigilância, dizendo-nos: “Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas” (Lc 12.35). Porque a luz, ao brilhar diante dos olhos, expulsa o sono e os rins apertados com o cinto impedem o corpo de a ele sucumbir… Aquele que está cingido com a temperança vive na luz de uma consciência pura; a confiança filial ilumina a sua vida como uma lâmpada… Se vivermos assim, entraremos numa vida semelhante à dos anjos.

quinta-feira, julho 21, 2005

Caminho da humildade, Caminho da liberdade...

Nosso Senhor disse: "Muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram". Por profetas, há que entender os grandes espíritos subtis e bem pensantes, que se agarram à subtileza da sua razão natural e dela se orgulham. Esses olhos não são felizes. Por reis, há que entender os homens com veia de mestres, com energia forte e potente, que são senhores de si mesmos, das suas palavras, das suas obras, da sua língua e que podem fazer tudo o que querem em matéria de jejuns, de vigílias, de orações. E dão-lhe grande importância, como se isso fosse algo de extraordinário, desprezando os outros. Os seus olhos também não vêem o que os possa fazer felizes.Todos esses queriam ver e não viram. Queriam ver e ficaram presos à sua própria vontade... A vontade própria tapa os olhos interiores tal como uma membrana ou uma película tapa os olhos exteriores, impedindo-os de ver... Todo o tempo que permaneças na tua vontade própria, ficarás privado da alegria de ver com os olhos interiores. Porque toda a verdadeira felicidade vem do verdadeiro abandono, do desprendimento da vontade própria. No fundo, tudo isso nasce da humildade... Quanto mais se é pequeno e humilde, menos vontade própria se tem. Quando tudo está pacificado, a alma vê a sua própria essência e todas as suas faculdade; ela reconhece-se como a imagem real d'Aquele de quem saíu. Os olhos que mergulham até esse nível podem verdadeiramente ser chamados bem-aventurados, por causa do que vêem. Descobre-se então a maravilha das maravilhas, o que há de mais puro, de mais seguro - aquilo que menos nos pode ser tirado...
Jean Tauler (cerca 1300-1361), dominicano em Estrasburgo Sermão 53

terça-feira, abril 19, 2005

Espelho meu, espelho meu...

No fundo dos teus olhos,
vejo a cor dos meus
No sorriso dos teus lábios
adivinho o beijo dos meus
No abraço do teu corpo
sustento o conforto do meu...

irmão Nuno.

Na distância que nos limita situa-se o lugar de encontro. Para a cidade chorada sobe-se. Daqui subindo vai-se descendo em cada um de nós. Passámos por ti ó cidade desejada do alto. No caminho olhámos-te de lado e agarrámos um deserto imenso de cor de palha. e lamentando o muro das limitações avistamos Jericó. Trata-se de um oásis de cheio de palmares e tâmaras doces, àgua viva e sombras refrescantes. Beduínos que somos percorremos as àridas planícies e os vales fortes. O rebanho conduzido pelo pastor não apressou o passo, mas aguardou as suas ordens. ruminando.
Lá em baixo estava mais quente e a água salgada já não era fresca. Morto este mar, voltamo-nos para a galileia dos gentios e abandonámos os pagãos percorrendo as àguas do baptismo.
Eis o que fazer quando a memória desemboca e o mundo estilhaça de visões pueris !

Senhor salva-me das imagens de nada!

quinta-feira, abril 07, 2005

Nas Tuas Palavras... ou o Homem Novo

Nas tuas palavras senti-te chegar.
Assim, perto.
E abraçaste-me.
E cada letra beijando o nosso corpo.
Na carta aberta deixaste o sopro,
o coração da intimidade desejada.
Um futuro em sonho feito,
do Amor que do alto nos incendeia e
ilumina a chama derramada e resplandecente em mim.

E chegaste na vontade de me reter em ti,
no fogo dos teus braços,
no intenso dos teus olhos.

E se ainda assim não o soubesse,
nas tuas palavras adivinharia
o Amor que no Alto se tece,
e nos transforma em um,
nosso,
uníssono...

terça-feira, abril 05, 2005

...de Jerusalém a Lisboa...

De regresso. Tanto em que pensar, tanto que reflectir o que vi e vivi por lá.
Foi "A Viagem".
Fica a promessa de deixar aqui fragmentos do que me alcançou naquelas paragens onde Jesus fez a sua terra de nascimento.
Foi a todos os níveis uma semana cheia de tudo.
Para já fica um poema dedicado à vida e morte de João Paulo II

(Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-patrona da Europa Poesia Pentecostes 1942, Judia convertida ao amor de Cristo e morta pelos nazis em Auschwitz )

Quem és tu, doce luz que me cumula
E ilumina as trevas do meu coração?
Tu me guias como a mão de uma mãe
E, se me largasses,
Eu não poderia dar nem mais um passo.
Tu és o espaço
Que envolve o meu ser e o abriga em ti.
Se o abandonasses, afundar-se-ia no abismo do nada
De onde o tiraste para o elevares até à luz.
Tu, mais próximo de mim
Do que eu mesma estou,
Mais íntimo dos que as profundezas da minha alma
E, contudo, intocável e inefável,
Para além de todo o nome,Espírito Santo, Amor eterno!
Não és tu o doce maná
Que, do coração do Filho,
Transborda para o meu,
Alimento dos anjos e dos bem-aventurados?
Aquele que se ergueu da morte à vida
Acordou-me também a mim
Do sono da morte para uma vida nova.
E, dia após dia,
Continua a dar-me uma nova vida,
Cuja plenitude um dia me inundará,
Vida saída da tua vida,
Sim, Tu mesmo,Espírito Santo,
Vida eterna!

segunda-feira, março 21, 2005

A PAIXÃO...

Evangelho segundo S. Mateus 26,14-75.27,1-66.
Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse-lhes: «Quanto me dareis, se eu vo-lo entregar?»
Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. E, a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
No primeiro dia da festa dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»
Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos.» Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, sentou-se à mesa com os Doze.
Enquanto comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar.» Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-lhe, cada um por sua vez:
«Porventura serei eu, Senhor?»
Ele respondeu: «O que mete comigo a mão no prato, esse me entregará. O Filho do Homem segue o seu caminho, como está escrito acerca dele; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue. Seria melhor para esse homem não ter nascido!»
Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?»
«Tu o disseste» respondeu Jesus.
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei: Isto é o meu corpo.»
Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos. Porque este é o meu sangue, sangue da Aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados. Eu vos digo: Não beberei mais deste produto da videira, até ao dia em que beber o vinho novo convosco no Reino de meu Pai.»
Depois de cantarem os salmos, saíram para o Monte das Oliveiras. Jesus disse-lhes, então: «Nesta mesma noite, todos ficareis perturbados por minha causa, porque está escrito: Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho serão dispersas. Mas, depois da minha ressurreição, hei-de preceder-vos na Galileia.»
Tomando a palavra, Pedro respondeu-lhe: «Ainda que todos fiquem perturbados por tua causa, eu nunca me perturbarei!»
Jesus retorquiu-lhe: «Em verdade te digo: Esta mesma noite, antes de o galo cantar, vais negar-me três vezes.»
Pedro disse-lhe: «Mesmo que tenha de morrer contigo, não te negarei!»
E todos os discípulos afirmaram o mesmo.
Entretanto, Jesus com os seus discípulos chegou a um lugar chamado Getsémani e disse-lhes: «Sentai-vos aqui, enquanto Eu vou além orar.»
E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes, então: «A minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo.» E, adiantando-se um pouco mais, caiu com a face por terra, orando e dizendo: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.»
Voltando para junto dos discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Nem sequer pudeste vigiar uma hora comigo! Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é débil.»
Afastou-se, pela segunda vez, e foi orar, dizendo: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade!»
Depois voltou e encontrou-os novamente a dormir, pois os seus olhos estavam pesados. Deixou-os e foi orar de novo pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Reunindo-se finalmente aos discípulos, disse-lhes: «Continuai a dormir e a descansar! Já se aproxima a hora, e o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos! Já se aproxima aquele que me vai entregar.»
Ainda Ele falava, quando apareceu Judas, um dos Doze, e com ele muita gente, com espadas e varapaus, enviada pelos sumos sacerdotes e pelos anciãos do povo.
O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo: prendei-o.» Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse: «Salve, Mestre!» E beijou-o.
Jesus respondeu-lhe: «Amigo, a que vieste?»
Então, avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-no. Um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada, desembainhou-a e feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe uma orelha.
Jesus disse-lhe: «Mete a tua espada na bainha, pois todos quantos se servirem da espada morrerão à espada. Julgas que não posso recorrer a meu Pai? Ele imediatamente me enviaria mais de doze legiões de anjos! Mas como se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve acontecer?»
Voltando-se, depois, para a multidão, disse: «Viestes prender-me com espadas e varapaus, como se eu fosse um ladrão! Todos os dias estava sentado no templo a ensinar, e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu, para que se cumprissem as Escrituras dos profetas.» Então, todos os discípulos o abandonaram e fugiram.
Os que tinham prendido Jesus conduziram-no à casa do Sumo Sacerdote Caifás, onde os doutores da Lei e os anciãos do povo se tinham reunido. Pedro seguiu-o de longe até ao palácio do Sumo Sacerdote. Aproximando-se, entrou e sentou-se entre os servos, para ver o desfecho de tudo aquilo. Os sumos sacerdotes e todo o Conselho procuravam um depoimento falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte. Mas não o encontraram, embora se tivessem apresentado muitas testemunhas falsas. Apresentaram-se finalmente duas, que declararam: «Este homem disse: 'Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias.’»
O Sumo Sacerdote ergueu-se, então, e disse-lhe: «Não respondes nada? Que dizes aos que depõem contra ti?»
Mas Jesus continuava calado. O Sumo Sacerdote disse-lhe: «Intimo-te, pelo Deus vivo, que nos digas se és o Messias, o Filho de Deus.»
Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste. E Eu digo-vos: Vereis um dia o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.»
Então, o Sumo Sacerdote rasgou as vestes, dizendo: «Blasfemou! Que necessidade temos, ainda, de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?»
Eles responderam: «É réu de morte.» Depois cuspiam-lhe no rosto e batiam-lhe. Outros esbofeteavam-no, dizendo: «Profetiza, Messias: quem foi que te bateu?»
Entretanto, Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Galileu.»
Mas ele negou diante de todos, dizendo: «Não sei o que dizes.»
Dirigindo-se para a porta, outra criada viu-o e disse aos que ali estavam: «Este também estava com Jesus, o Nazareno.»
Ele negou de novo com juramento: «Não conheço esse homem.»
Um momento depois, aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro: «Com certeza tu és dos seus, pois até a tua maneira de falar te denuncia.»
Começou, então, a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem!»
No mesmo instante, o galo cantou.
E Pedro lembrou-se das palavras de Jesus: «Antes de o galo cantar, me negarás três vezes.» E, saindo para fora, chorou amargamente.
De manhã cedo, todos os sumos sacerdotes e anciãos do povo se reuniram em conselho contra Jesus, para o matarem. E, manietando-o, levaram-no ao governador Pilatos.
Então Judas, que o entregara, vendo que Ele tinha sido condenado, foi tocado pelo remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente.»
Eles replicaram: «Que nos importa? Isso é lá contigo.»
Atirando as moedas para o santuário, ele saiu e foi enforcar-se.
Os sumos sacerdotes, apanhando as moedas, disseram: «Não é lícito lançá-las no tesouro, pois são preço de sangue.» Depois de terem deliberado, compraram com elas o «Campo do Oleiro», para servir de cemitério aos estrangeiros. Por tal razão, aquele campo é chamado, até ao dia de hoje, «Campo de Sangue.»
Deste modo, cumpriu-se o que fora dito pelo profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço em que foi avaliado aquele que os filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo Campo do Oleiro, como o Senhor havia ordenado.»
Jesus foi conduzido à presença do governador, que lhe perguntou: «Tu és o Rei dos Judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes.» Mas, ao ser acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos, nada respondeu. Pilatos disse-lhe, então: «Não ouves tudo o que dizem contra ti?»
Mas Ele não respondeu coisa alguma, de modo que o governador estava muito admirado. Ora, por ocasião da festa, o governador costumava conceder a liberdade a um prisioneiro, à escolha do povo. Nessa altura havia um preso afamado, chamado Barrabás.
Pilatos perguntou ao povo, que se encontrava reunido: «Qual quereis que vos solte: Barrabás ou Jesus, chamado Cristo?»
Ele sabia que o tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer: «Não te intrometas no caso desse justo, porque hoje muito sofri em sonhos por causa dele.»Mas os sumos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a pedir Barrabás e exigir a morte de Jesus.
Tomando a palavra, o governador inquiriu: «Qual dos dois quereis que vos solte?»
Eles responderam: «Barrabás!»
Pilatos disse-lhes: «Que hei de fazer, então, de Jesus chamado Cristo?»
Todos responderam: «Seja crucificado!»
Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?»
Mas eles cada vez gritavam mais: «Seja crucificado!»
Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: «Estou inocente deste sangue. Isso é convosco.»
E todo o povo respondeu: «Que o seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!»
Então, soltou-lhes Barrabás. Quanto a Jesus, depois de o mandar flagelar, entregou-o para ser crucificado.
Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e reuniram toda a coorte à volta dele. Despiram-no e envolveram-no com um manto escarlate. Tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e uma cana na mão direita. Dobrando o joelho diante dele, escarneciam-no, dizendo: «Salve! Rei dos Judeus!» E, cuspindo-lhe no rosto, agarravam na cana e batiam-lhe na cabeça. Depois de o terem escarnecido, tiraram-lhe o manto, vestiram-lhe as suas roupas e levaram-no para ser crucificado. À saída, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus. Quando chegaram a um lugar chamado Gólgota, isto é, «Lugar do Crânio», deram-lhe a beber vinho misturado com fel; mas Ele, provando-o, não quis beber.
Depois de o terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte. Ficaram ali sentados a guardá-lo. Por cima da sua cabeça, colocaram um escrito, indicando a causa da sua condenação: «Este é Jesus, o rei dos Judeus.»
Com Ele, foram crucificados dois salteadores: um à direita e outro à esquerda. Os que passavam injuriavam-no, meneando a cabeça e dizendo: «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és Filho de Deus, desce da cruz!»
Os sumos sacerdotes com os doutores da Lei e os anciãos também zombavam dele, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é o rei de Israel, desça da cruz, e acreditaremos nele. Confiou em Deus; Ele que o livre agora, se o ama, pois disse: 'Eu sou Filho de Deus!’» Até os salteadores, que estavam com Ele crucificados, o insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra.
Cerca das três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: Eli, Eli, lemá sabactháni?, isto é: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?
Alguns dos que ali se encontravam, ao ouvi-lo, disseram: «Está a chamar por Elias.» Um deles correu imediatamente, pegou numa esponja, embebeu a em vinagre e, fixando-a numa cana, dava-lhe de beber. Mas os outros disseram: «Deixa; vejamos se Elias vem salvá-lo.» E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou. Então, o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a baixo. A terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos, que estavam mortos, ressuscitaram; e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram apavorados e disseram: «Este era verdadeiramente o Filho de Deus!»
Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia e o serviram. Entre elas, estavam Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tornara discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o num túmulo novo, que tinha mandado talhar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra contra a porta do túmulo e retirou-se. Maria de Magdala e a outra Maria estavam ali sentadas, em frente do sepulcro. No dia seguinte, que era o dia a seguir ao da Preparação, os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram-se com Pilatos e disseram-lhe: «Senhor, lembrámo-nos de que aquele impostor disse, ainda em vida: 'Três dias depois hei-de ressuscitar.’ Por isso, ordena que o sepulcro seja guardado até ao terceiro dia, não venham os discípulos roubá-lo e dizer ao povo: 'Ressuscitou dos mortos.’ E seria a última impostura pior do que a primeira.» Pilatos respondeu-lhes: «Tendes guardas. Ide e guardai o como entenderdes.» E eles foram pôr o sepulcro em segurança, selando a pedra e confiando-o à vigilância dos guardas.

quarta-feira, março 16, 2005

A verdade que liberta

Num tempo de grandes confusões e de tremenda desinformação, de avidez de imediato e de uma curiosidade pelas "coisas do além", quantas vezes procurada de uma forma superficial, descubro que continuamos todos numa busca movida pelo apelo que Deus colocou no coração dos Homens. Esta procura sentida e exteriorizada de muitas formas, é também o aspecto visível de um encontro marcado com a Verdade, que não é o mesmo que dizer com a Morte.
Este excerto sobre a "verdade que liberta", retirado da mensagem de João Paulo II, deixo-o e reservo-o como orientação, para aquelas conversas que tenho com os meus amigos e amigas algumas vezes em torno de temas "bicudos", que normalmente acabam em incompreensões e surdez mútua.
Sei que todos procuramos a Verdade e que todos aspiramos à Liberdade, e que na diversidade das culturas, dos Homens e dos tempos que correm, essa busca assume muitas formas de ser, estar e sentir. Alguns dos meus amigos remetem sempre essa busca para a esfera da sua individualidade, como se caminhassem sozinhos. Tenho entendido, que o sentido da mensagem de Jesus não me deixa a palmilhar a vida na solidão.
Nesta minha procura pela Verdade tenho entendido que a certeza do Amor incondicional de Deus é a certeza primeira de que o Caminho da Verdade e da Vida, é feito sempre em comunhão com Deus e num sentido de intimidade com esse Amor que é antes de mais um Amor pelos Homens, uma história de Amor por mim. A história de Deus com os Homens é uma história de Amor.
Amor, Verdade e Liberdade. O primeiro gesto foi Dele. O nosso anseio de procura está "plantado" nos nossos corações, por isso buscamos a Verdade.
..."Jesus Cristo vai ao encontro dos homens de todas as épocas, incluindo a nossa, com as mesmas palavras:
“Vós conhecereis a verdade e a verdade tornar-vos-á livres”
Estas palavras contêm uma exigência fundamental e ao mesmo tempo um aviso:
a exigência de honestidade face a face com a verdade como condição de uma autêntica liberdade; e também o aviso de evitar toda a liberdade aparente, toda a liberdade superficial e unilateral, toda a liberdade que não vai ao fundo da verdade sobre o homem e sobre o mundo.Ainda hoje, após dois mil anos, Cristo nos aparece como aquele que liberta o homem daquilo que limita, diminui e por assim dizer destrói esta liberdade suas raízes, no espírito do homem, no seu coração, na sua consciência.
Que prova admirável de tudo isto deram e não cessam de dar aqueles que, por Cristo e em Cristo, chegaram à verdadeira liberdade e deram testemunho disso, mesmo em condições de constrangimento exterior!
E assim que o próprio Jesus Cristo compareceu como prisioneiro no tribunal de Pilatos, não respondeu ele:
“Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” (Jo 18,37)?
Por estas palavras pronunciadas diante do juiz no momento decisivo, ele confirmou por assim dizer uma vez mais o que já tinha dito:
“Vós conhecereis a verdade e a verdade tornar-vos-á livres”.
Ao longo dos séculos e das gerações, a começar pelo tempo dos apóstolos, não foi o próprio Jesus Cristo, que se comparou tanta vez aos homens condenados por causa da verdade? Será que ele cessará de ser sempre o porta-palavra e o advogado do homem que vive “em espírito e em verdade” (Jo 4,23)? "
João Paulo II, in Redemptor Hominis

terça-feira, março 15, 2005

Chapéu (de chuva)

A manhã trazia, sol mas a mãe disse que ia chover.
Recomendou-me chapéu de chuva prevendo horas diluvianas.
Não choveu. Nem sequer ameaçou.
A previsão da mãe apoiada no boletim meteorológico matinal é falível.
Num país que não conhece a chuva há quase um ano, eu era o único com guarda-chuva no comboio. Toda a gente reparou, eu olhei pela janela e sorri.
Havia uma certa ironia no sorriso.
Mãe há só uma. Chapéus ( de chuva) há muitos.

sexta-feira, março 11, 2005

Vinte e Nove Conselhos Para escrever Bem

1 – Deve evitar ao máx. A utilizºde abrev., etc.
2 – É desnecessário empregar um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisistíco.
3 – Anule aliterações altamente abusivas.
4 – não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5 – Evite os lugares-comuns como “o diabo foge da cruz”.
6 – O uso de parentesis (mesmo quando relevante) é desnecessário.
7 – Realize que os estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8 – Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, tá fixe?
9 – Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa grande merda.
10 – Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11 – Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12 – Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: «Quem cita os outros não tem ideias próprias».
13 – Frases incompletas podem causar
14 – Não seja redundante; não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez ou, por outras palavras, não repita a mesma ideia várias vezes.
15 – Seja mais ou menos especifico.
16 – Frases com apenas uma palavra? Livra!
17 – A voz passiva deve ser evitada.
18 – Utilize a pontuação correctamente o ponto e a virgula especialmente será que já ninguém sabe usar o ponto de interrogação
19 – Quem precisa de perguntas retóricas?
20 – Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.
21 – Exagerar é cem milhões de vezes pior que a moderação.
22 – Evite as mesóclises. Eu evitá-las-ei!
23 – Analogias na escrita são tão uteis como chifres numa galinha.
24 – Não abuse das exclamações! Nunca! O seu texto fica horrivel!!!
25 – Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas contida e, por conterem mais do que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam desta forma o pobre leitor a separá-las nos seus diversos componentes, de maneira a torná-las compreensiveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26 – Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língoa portuguêza.
27 – Seja incisivo e coerente, ou não.
28 – Não fique escrevendo no gerúndio. Você vai deixando o seu texto pobre – causando ambiguidade – e esquisito, ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo.
29 – Outra barbaridade que você deve evitar é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde mora, carago!

Quotidiano

Asfaltaram a estrada lá fora da cor negra das mãos que chegam.
Recepcionam-nos em filas coloridas no quotidiano de manhãs pré-triadas em senhas impacientes separados que foram os trigos e joios de todos os dias. As vidas que se acotovelam cá dentro e se achegam em montes incompreensíveis ao balcão das informações impacientes, são como vultos incógnitos tornados barreiras transponíveis, desviadas em com licenças. Impassível caminho decidido a tomar de assalto a turba negra de cores amareladas e carantonhas que chegam do leste. Olhos rasgados do oriente barato espreitam encostados aos barbudos sikhs envolvidos em turbantes islâmicos que aterrorizam as escadas. Os telefones que na cave tocam, são em linhas de socorro atendidas, lançam apelos doloridos e levam em resposta instruções multilingues. Instruir em subcave é tarefa subterrânea. Movo-me. Movo-me ligeiro e abalanço-me ao café da messe. - É um café senhor André? diz a balconista de dedos mindinhos. Finjo apreciar os panikes ao mesmo tempo que ensurdeço a vontade de dizer que "senhor André" esgota o desejo de mastigar os panadinhos de queijo. Faço má cara e oriento a indignação em direcção ao café. A senhora insiste na abordagem. Parece-me que é informação a mais para uma bica matinal. Fujo à conversa gastronómica e despacho uma tirada benigna.
Esforço-me por encontrar um sentido para a manhã e subo as escadas aliviado...

quarta-feira, março 09, 2005

Vida e Morte

Porque me deixas perplexo e deslumbrado.
porque tens sempre palavras de vida eterna.
porque é em ti, Jesus que eu acredito.
O Senhor da vida e da morte,
porque vives na vontade do Pai.
É neste mistério que me comprazo.
"não te assombres com isto" dizes-me...
És Tu que me queres para a vida.
A mim resta-me crer e fazer a Tua vontade.
É Cristo que combate por mim.
Porque me fico tantas vezes pela cegueira dos egoísmos e pelo pânico da morte?
Porque me deixo invadir pela angústia e esmoreço?
No almoço com o Tom começou uma páscoa.
-Acorda para a vida, porque já não estás na morte!, disse ele.
eu pestanejei e timidamente caminhei no meu desconforto. custa tanto amar.
é da morte que se vai para a vida.
Lá fora o mundo pensa ao contrário.
Graças te dou senhor!


do Evangelho de S. João 5,17-30.

Naquela altura Jesus replicou-lhes: «O meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!» Perante isto, mais vontade tinham os judeus de o matar, pois não só anulava o Sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus. Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho. De facto, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há-de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados. Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer. O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento, para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou. Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão-de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão, pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo; e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem. Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz, e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação. Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.»

terça-feira, março 08, 2005

dia da Mulher

É hoje. O dia da mulher. obrigado a todas. e às especiais mais ainda.
À mãe, à filha e à mulher amada. Mas antes de mais a Maria mãe de Deus, a nova Eva.

segunda-feira, março 07, 2005

agora a sério...

Segunda. de volta sem maioria. a ver quanto durará a nova fase.
ânimo e coragem!

resistir

Quaresma... é preciso renascer. mais uma vez.