terça-feira, abril 19, 2005

Espelho meu, espelho meu...

No fundo dos teus olhos,
vejo a cor dos meus
No sorriso dos teus lábios
adivinho o beijo dos meus
No abraço do teu corpo
sustento o conforto do meu...

irmão Nuno.

Na distância que nos limita situa-se o lugar de encontro. Para a cidade chorada sobe-se. Daqui subindo vai-se descendo em cada um de nós. Passámos por ti ó cidade desejada do alto. No caminho olhámos-te de lado e agarrámos um deserto imenso de cor de palha. e lamentando o muro das limitações avistamos Jericó. Trata-se de um oásis de cheio de palmares e tâmaras doces, àgua viva e sombras refrescantes. Beduínos que somos percorremos as àridas planícies e os vales fortes. O rebanho conduzido pelo pastor não apressou o passo, mas aguardou as suas ordens. ruminando.
Lá em baixo estava mais quente e a água salgada já não era fresca. Morto este mar, voltamo-nos para a galileia dos gentios e abandonámos os pagãos percorrendo as àguas do baptismo.
Eis o que fazer quando a memória desemboca e o mundo estilhaça de visões pueris !

Senhor salva-me das imagens de nada!

quinta-feira, abril 07, 2005

Nas Tuas Palavras... ou o Homem Novo

Nas tuas palavras senti-te chegar.
Assim, perto.
E abraçaste-me.
E cada letra beijando o nosso corpo.
Na carta aberta deixaste o sopro,
o coração da intimidade desejada.
Um futuro em sonho feito,
do Amor que do alto nos incendeia e
ilumina a chama derramada e resplandecente em mim.

E chegaste na vontade de me reter em ti,
no fogo dos teus braços,
no intenso dos teus olhos.

E se ainda assim não o soubesse,
nas tuas palavras adivinharia
o Amor que no Alto se tece,
e nos transforma em um,
nosso,
uníssono...

terça-feira, abril 05, 2005

...de Jerusalém a Lisboa...

De regresso. Tanto em que pensar, tanto que reflectir o que vi e vivi por lá.
Foi "A Viagem".
Fica a promessa de deixar aqui fragmentos do que me alcançou naquelas paragens onde Jesus fez a sua terra de nascimento.
Foi a todos os níveis uma semana cheia de tudo.
Para já fica um poema dedicado à vida e morte de João Paulo II

(Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-patrona da Europa Poesia Pentecostes 1942, Judia convertida ao amor de Cristo e morta pelos nazis em Auschwitz )

Quem és tu, doce luz que me cumula
E ilumina as trevas do meu coração?
Tu me guias como a mão de uma mãe
E, se me largasses,
Eu não poderia dar nem mais um passo.
Tu és o espaço
Que envolve o meu ser e o abriga em ti.
Se o abandonasses, afundar-se-ia no abismo do nada
De onde o tiraste para o elevares até à luz.
Tu, mais próximo de mim
Do que eu mesma estou,
Mais íntimo dos que as profundezas da minha alma
E, contudo, intocável e inefável,
Para além de todo o nome,Espírito Santo, Amor eterno!
Não és tu o doce maná
Que, do coração do Filho,
Transborda para o meu,
Alimento dos anjos e dos bem-aventurados?
Aquele que se ergueu da morte à vida
Acordou-me também a mim
Do sono da morte para uma vida nova.
E, dia após dia,
Continua a dar-me uma nova vida,
Cuja plenitude um dia me inundará,
Vida saída da tua vida,
Sim, Tu mesmo,Espírito Santo,
Vida eterna!