sexta-feira, maio 14, 2004

E novamente. A senhora não pára de me surpreender. Desta feita, retiro um excerto que vem sempre a propósito quando a respeito dos media nos pomos a pensar em que lugar devemos pôr os jornais.Nos dias que correm, podemos acrescentar sem grande perda de exactidão, a televisão e os seus arautos... Aqui fica Agustina Bessa-Luís in " O mistério da Légua da Póvoa"

"... Nunca se deve dizer a verdade em público, foi para isso que os jornais se inventaram. Sabe porquê? A verdade não se pode acolher em nossa casa. É como a santidade. Os sinónimos de santo são terrível ou ciumento( Jos.24,19). Não há maior desejo que o desejo da verdade. Mas ela inspira terror, ninguém a quer ter por hóspede, nem sequer por vizinho.(...) Um jornal é uma terapêutica do estímulo. cria uma proximidade com o sofrimento para exaltar a sensibilidade do leitor e dar ao princípio da vida forças novas e resistências redobradas. É um factor cultural.
- O que é um factor cultural?
- A dor. Tudo o mais é uma quimera."